terça-feira, 2 de março de 2010

O papel do Estado e dos governantes na condução do desenvolvimento econômico e social: O exemplo do Brasil

O Brasil superou a crise econômica internacional e mostrou ao mundo o importante papel do Estado na proteção do mercado interno. Em plena crise o governo soube administrar o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política cambial. Por outro lado, de forma pro-ativa, o governo Lula enfrentou a crise com redução de impostos nos setores automotivos, de eletrodomésticos e da construção civil, dinamizando o mercado interno em plena turbulência internacional.

Para além disso, os bancos públicos ampliaram o crédito para as indústrias, o consumo, e financiou às exportações. Medidas que impediram que a crise econômica colocasse o mercado interno a mercê da falência. Em nenhum momento o governo reduziu os recursos em investimento sociais como o bolsa família e o programa “minha casa minha vida”. Manteve, sobretudo, a política de valorização do salário mínimo acima da inflação, e os investimentos do PAC.

Hoje, é consenso entre os economistas que o Brasil, já retomou o desenvolvimento econômico podendo crescer entorno 5% a 7% do PIB em 2010. Neste ano vamos garantir investimentos em setores públicos e privados potencializando ainda mais a economia brasileira, sem prejuízo de um desequilíbrio fiscal. Atualmente, o déficit nominal do Brasil gira entorno de 1,5% muito inferior a países como Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França e Alemanha. Tudo isso, nos coloca em uma posição de destaque no cenário econômico mundial certificando o Brasil como rota de investimentos nacionais e internacionais.

Com o cenário econômico favorável cabe aos Estados e Municípios nadarem com a correnteza, potencializando o crescimento macroeconômico previsível. Com políticas progressistas e arrojadas, Estados e Municípios, a exemplo do governo central, podem induzir o desenvolvimento local e regional, garantindo um crescimento econômico com distribuição de renda.

Garantir investimentos em infra-estrutura e diversificar os arranjos produtivos são ações estratégicas fundamentais de governos progressistas que sabem aproveitar períodos de crescimento macroeconômico. O crescimento econômico no Brasil não é maior porque governos Estaduais e Municipais, na maioria das vezes, não sabem aproveitar os períodos de bonança junto ao cenário econômico mundial e nacional.

Para ilustrar, podemos citar o Estado de Minas Gerais que tem sua economia fundada basicamente em produção de commodities. De 2004 a 2008 o Brasil viveu um período de crescimento extraordinário onde o Estado de Minas poderia ter canalizado seus dividendos comerciais para a diversificação econômica regional. Optou-se pela priorização de um único setor produtivo, revelando um governo completamente descompromissado com o futuro econômico da região. O Estado de Minas Gerais foi um dos que mais sofreu com a crise internacional de 2009, justamente por ser uma economia centrada na produção de commodities.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos municípios com sólidas economias. São várias as cidades mineiras que possuem grandes potencialidades para atrair investimentos, mas o pensamento político-tupiniquim, muitas vezes, impede que os governantes, os empresários e sociedade construam uma agenda política de crescimento e desenvolvimento sustentável a favor dos munícipes.

Na crise de 2009 o governo do presidente Lula deu grandes lições tanto em âmbito político quanto econômico. Em 2010 os governos Estaduais e Municipais devem estar atentos ao desenvolvimento macroeconômico e fazer dos entes federados instrumentos do desenvolvimento econômico e regional.

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