segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DA ACEITAÇÃO À PACTUAÇÃO

Ao que chamam de repactuação prefiro chamar de acertamento da aliança política não pactuada em tempo correto. Não pode haver repactuação onde nunca houve pactuação. Ora, é consenso dentro do partido dos trabalhadores, que, em nenhum momento participamos da construção da política do atual governo como força partidária, portanto, nunca houve um pacto de governança entre o PT, e o atual governo. Em verdade, ao fecharem as portas à coalizão, em nosso modesto entendimento, a pactuação, devido à ausência de perspectiva, cedeu espaço à aceitação que não foi de todo ruim, tendo em vista que o Prefeito, naquele momento, representava o novo, a mudança, a política refinada.

É verdade que alguns querem que esta atual direção resolva, de imediato, um problema político que deveria ter sido resolvido lá trás. Porém, garanto, esta direção sabe muito bem, qual é o tempo em resolver uma questão, que a tanto, atormenta o nosso partido nos últimos anos.

Cumpre salientar que, a primeira questão debatida pela atual executiva foi: “qual relação que temos com o governo Maroca”. Disse a várias pessoas, que não seria um presidente do vazio ou “em cima do muro”, ou seja, somos ou não somos governo? Por incrível que pareça, fiz esta pergunta à executiva municipal, pairou a grande dúvida de Hamlet.

Com a saída de Léa Braga da secretária de assistência social, espaço político onde o PT tem o que mostrar, aceitação cedeu espaço à politização. Dada às dificuldades de dialogo com o governo, a executiva, por unanimidade, decidiu comunicar ao governo a sua travessia para a oposição. Em tempo, o Prefeito e o companheiro Flavio, reuniram com a executiva, agora em caráter partidário, como deve ser, para saber as razões da “rebeldia”. Fomos claros, “não é possível participar de um governo que não há uma relação política com a base aliada”, “um governo que não mantém um conselho político partidário para contribuir com a construção da política”, “que não vê o partido dos trabalhadores como força política capaz de participar do governo não apenas com cargos, mas com a dignidade de construir a política”. Frases, por mim manifestada ao prefeito, sob o respaldo da executiva municipal. Por fim, definimos que só poderia haver uma pactuação se o governo criasse as condições de existência de três eixos políticos em seu governo vejamos:

Primeiro: Conselho Político Partidário. Espaço político onde os partidos da base de governo na câmara, teriam condições de, debater com o Secretário de Governo, em caráter consultivo-preliminar, os assuntos de interesse público. A saber: controle social, serviço público de qualidade, saúde, educação, emprego e renda, e outros que afetam a vida da comunidade.

Segundo: Criação de uma relação política com a base na câmara: A saber: Definir um princípio básico da política, ou seja, quem é a base de apoio na câmara e qual a relação política o governo deve ter com este grupo político.

Terceiro: A inclusão do PT, como partido capaz de contribuir com o desenvolvimento político, econômico e social desta cidade. O PT não será, em nossa gestão, telespectador do processo político. Se, fomos útil para eleger o atual governo, também devermos ser, para governar.


Estes foram os três princípios norteadores que apresentamos ao Prefeito Municipal, como condição, sine qua non, para o inicio pactuação política, e ao que parece alguns já colocados em prática pelo companheiro Flavio de Castro, como a relação com a base. Portanto, quem poderá ampliar, aprimorar, ou reduzir estes propósitos apresentados pela executiva, ou até mesmo dizer se ainda é tempo ou não de pactuar é o diretório municipal e mais ninguém.

Por outro lado, se o Chefe do Executivo municipal aceitará estas sugestões é outra conversa que teremos até o dia 27 para resolver.

Um comentário:

Carlos Eduardo disse...

Sílvio, brilhalnte. Concordo com você em gênero e grau é isso mesmo.